quinta-feira, agosto 25, 2005
U2 Vertigo Tour // Alvalade 2005
Um “1, 2, 3, 14” bem pronunciado em português. Foi assim que começou a maior epopeia musical do ano e provavelmente de sempre em Portugal. Deste os temas mais antigos e tambem menos conhecidos que fizeram a delicia dos fans, às mais recentes e sem faltarem as musicas que inscreveram os U2 nos anais da historia todas serviram para a comunhao das 52.000 pessoas presentes. Duas horas de musica que fizeram esquecer os 6 meses anteriores, a febre da compra dos bilhetes e todos os episodios burlescos relacionados com os mesmo. De facto, desde a entrada em palco até as luzes se ligarem a devoçao foi completa sem deixar espaço a mais nenhum tipo de pensamentos. Com Elevation atingiu-se um dos muitos momentos da noite em que os “whoo hooo” unissonais das 52.000 gargantas presentes deixou a banda atónita. A magnífica I Still Haven’t Found What I’m Looking For iluminou o estádio de Alvalade a isqueiros. E nao só, noutra altura bono pediu que fizessemos uma "christmas tree" com os telemoveis. A genial Miracle Drug foi dedicada ao "hospital es-te-fa-nia" e Sometimes You can’t Make it on your Own recupera as memórias do falecido pai de Bono, momento em que o vocalista retira, pela primeira vez, os óculos que lhe escondiam as lágrimas. Em Love and Peace or Else, Bono reaparece com uma fita na cabeça onde se pode ler «Coexist», escrito com o C do crescendo muçulmano, um X como a estrela de David judaica e um T a simbolizar a cruz de Cristo. Era a primeira referência política dos U2, num concerto que viria a pautar-se, também, pelos grandes ideais. Com Sunday Bloody Sunday é nos pedido para gritar mos "No More!". A esta altura ja os menos interessados se tinham apercebido que nao estavam num concerto normal. Cantávamos como se fosse a coisa mais importante do mundo. Em Miss Sarajevo, dedicado às vitimas dos atentados de londres, bono disse: "we can't become the monster to fight the monster!" e passados poucos segundos começou a ser projectado a declaraçao universal dos direitos humanos em portugues.O público queria participar de todas as maneiras mesmo sem sabendo como fazê-lo. Ao que bono varias vezes correspondia com "sexy rhytm" ou "publico sexy" (sim! em portugues).E depois, talvez o momento alto da noite (dificil de atribuir) em que foi cantado Where the streets have no name. Aonde bono pediu que portugal lidera-se a luta contra a pobreza em africa e proferiu (a mim pareceu me genuino mas...) "today, myself, the edge, adam and larry became portuguese" ao qual se seguiu uma monumental ovaçao. E entao, bono exclamou "we are more powerful when we act as one", e assim começou One. O hino universal da banda que fez estranhos abraçarem num momento simplesmente unico.A banda retira-se e prepara o Encore.No público começava a gritar-se How long to sing this song, cantico tradicionalmente entoado pelos fãs para chamarem a banda, novamente, ao palco. E assim aconteceu. Tocaram a grandissima With or Without you entre outras.A seguir, os mais atentos preparavam-se para ouvir Vertigo, a música que tradicionalmente abre e fecha os concertos da digressão. Mas qual não foi a surpresa quando soaram os primeiros acordes da mítica 40, hino que os U2 usaram em 1983 para fechar os seus concertos. A musica acompanhada pela sua coreografia habitual e mitica até que implica a saída individual de cada membro dos U2 (primeiro Bono, depois The Edge, Adam e, por fim, Larry) do palco.O publico continuou a entoar How long to sing this song mesmo sabendo que a banda nao voltaria, so parando quando as luzes do estadio se ligaram. E assim à medida que o estadio se escoava e eu chegava à rua, senti perfeitamente aquilo que sinto quanto acordo de um sonho. Os ecos da voz de bono ficaram agora guardados num cantinho tanto da minha como da memoria das 52.000 pessoas presentes que jamais esqueceram os momentos magicos da noite de 14 de agosto.
0 toes just touched the water