segunda-feira, fevereiro 26, 2007
O eco da voz dos fieis estendia-se pelo adro. Todos os dias a romaria ficava mais intensa. Começaram apenas por ser os avós. O passa palavra e o choro de cabelos brancos trouxe os pais. O passa palavra e a curiosidade trouxe os filhos. Volvia três dias que, pela primeira vez desde que qualquer pessoa se lembrava, as ceifas estiveram paradas nesta altura. Ao sol, a brancura do largo combinado com a igreja chegava a cegar quem não está habituado. Uma considerável mancha negra contrastava agora com o espaço de
sol a sol. Todos se sentiam culpados. Raramente existiam contrastes por estas paragens. Os olhos negros raiados de sangue daquela que todos admiravam era mais uma delas. O crepitar, à noite, das lareiras deixou de ser ouvido. O pão ficava duro, abandonado nas mesas. Ninguém arredava pé. O sino deixou de badalar. Estava tudo suspenso na respiração daquele pequeno rapaz que encontrou a santa que chorava sangue.
Francisco
1 toes just touched the water
1 Comments:
toda a gente espera por um milagre.
parabens parabens! a-do-rei. *
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