segunda-feira, agosto 20, 2007
Há assuntos em que acho que nunca me devia envolver. Na altura apetece-me correr toda a gente à chapada e perguntar se mais alguem se apercebe do que esta a acontecer. Parece que tem piada e toda a gente se ri um bocado do que esta a ver. Falta-me, a mim, tambem, a clarividencia me meter naquilo que nao devo, e alguma coragem, para dizer a duas pessoas que nao conheço o que acho que precisam de ouvir. No entanto, escrevo aquilo que nao disse, talvez por penitencia, quiça, visto que nenhum dos dois alguma vez terá oportunidade de o ler (cobardia eu sei, mas que se dane!)
A noite era especia, para mim, por razoes diferentes das deles em que seria apenas so mais uma. Eu gostava de ter um sitio assim, mais tarde talvez. A decoraçao nao era como nada que eu ja tivesse visto em locais deste genero e mais importante que tudo, gostava de ter um sitio em que so as pessoas que soubessem que tinham de subir as escadas daquele predio inospito e sem qualquer aviso do que la dentro irao encontrar pudessem chegar. Nao havia muito espaço para passar entre as mesas. Deixei os sujeitos de cabedal preto passar à minha frente. Foi me retribuido um olhar como quem diz: "Eu ferro-te em brasa uma cruz de 5 pontas na testa". O ambiente na nossa mesa era estranho, nem a sangria o conseguia disfarçar. Como ja disse, tinha piada ver os ataques entre duas pessoas que gostam tanto uma da outra e nao o conseguem admitir. Passado tanto tempo acho que a "piada" se dissolveu noutra coisa qualquer. Os ataques vinham sempre de um lado. Ela nao perdia uma unica oportunidade de o fazer sentir mal por uma coisa qualquer e tambem por todas as outras. Ele mantinham enterrado na sua cadeira, recluso à dor que so um cigarro pode proporcionar. Parecia ter desistido do que quer que fosse, talvez cansado de admitir aquilo que sentia e do esforço que para o fazer lhe era exigido. Os ataques nao cerravam e, desta maneira, ela entregava o ouro todo sem dar conta (nitido para os demais que assistiam). Incapaz de perceber que ele, ao se sujeitar a esta e tantas outras situaçoes identicas, lhe estava a dar a maior prova de devoçao que podia. Eu, o pior carneiro de todos, assistia a esta tremenda batalha de teimosia achando que tinha de haver ascendentes envolvidos. Deve ser isso que se aprende com os livros de auto-ajuda, a culpar tudo o resto menos nós proprios ate ser tarde de mais. Mas tambem, quem era eu para dizer que aquilo que eles tinham era mais importante que tudo o resto. Feitos conceitos continuava cada um na sua, ate agora provavelmente, passado tanto tempo, a pretender que estao bem um sem o outro. E eu nem os conheço, o que é que poderia saber sobre isto? Só que nao me devia envolver em nada disto, sei o bem, mas que se dane!
Francisco
3 toes just touched the water
3 Comments:
a mais alta luz é aquela que olha distante
isso é o mesmo que dizer que pela boca morre o peixe ? é que nao percebo
acho q é o mesmo que dizer q "o mel não é para a boca do asno"
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