quinta-feira, agosto 09, 2007
O velho homem tinha chegado quando todos os outros se tinham retirado. Era algo que nao tinha coragem de partilhar com mais ninguem. Nao por medo ou vergonha mas porque era algo muito maior do que ele proprio que fervilhava dentro dele. Algo que tinha medo, agora sim, medo, de nao conseguir controlar à minima brecha que consentisse da sua armadura. Os seus olhos nao se retiravam da pequena ilha ao largo da ainda maior onde nos encontravamos. Aquele pequeno pedaço de terra, onde apenas residia uma ainda mais pequena casinha branca, era seu. Tinha sido, ou quiça, nunca foi, mas era a unica coisa que preenchia a sua vida. Ao fim da tarde, seguindo as pegadas deixadas por todos os outros, em sentido contrario, ele ficava por ali. Àgua pela cintura, as ondas translu
cidas rebentando contra si, tentando, ou nao, demove-lo de si mesmo; e o sol, procurando outro poiso, rebentava com as "poucas" forças que ainda parecia ter, nos seus ombros. Amanhã estará cá de certeza, perscrutando cada centimetro daquele lugar que era apenas seu. Uma batalha constante a da perseverança, por isso, as ondas nunca deixam de bater. Um batalha épica e mais antiga que todas as outras e que era desde ha muito tempo tambem a sua. O mar nunca deixou de tentar conquistar a terra.
Francisco
0 toes just touched the water
0 Comments:
Post a Comment